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Camada de Ozônio: entre fatos científicos e negacionistas climáticos


Em 16 de setembro de 1987, o Protocolo de Montreal foi assinado. Por esse motivo, comemoramos nessa data o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio. O tratado foi assinado por 29 países, e teve como objetivo prevenir pelo menos parte dos efeitos que seriam causados pela alta emissão de substâncias Destruidoras da Camada de Ozônio (SDOs), além de oferecer ferramentas e metas para reduzir e eliminar a produção e o consumo dessas substâncias.

Ao longo dos últimos anos, percebemos diversas alterações em nossa vida, cultura, tecnologia, ciência, e, também, na própria natureza. A temperatura média global aumentou e com ela, uma cascata de desastres naturais, como o derretimento das geleiras, aumento do nível do mar, expansão das grandes áreas de seca, e, ainda, a queima da nossa biodiversidade. O que para nós, cientistas ambientais, é um exemplo claro de causa e consequência, ainda é duramente questionado por grupos mundialmente conhecidos como “negacionistas climáticos”.  Para eles, esse fenômeno é cíclico na história da Terra, sendo provocado por uma maior atividade solar que não trará consequências graves. Além disso, propõe que o aquecimento global é um complô de cientistas contra países ocidentais industrializados.

Mas qual lado é o certo? E você, de que lado está?

Embora existam linhas argumentativas para o movimento negacionista (realmente existe um registro cíclico do aumento de temperatura), o aquecimento é analisado sem relacioná-lo a outros fatores, como o aumento da emissão de gases prejudiciais a partir do período de industrialização e o buraco na camada de Ozônio. Até hoje, eles também não apresentaram provas que refutem os estudos científicos que apontam um aquecimento global intensificado pelas ações humanas. Para explicar melhor esse ponto, vejamos como a camada de Ozônio funciona.

A Camada é uma porção da atmosfera, localizada na estratosfera, entre 20 e 25km de distância da superfície da Terra. Ela cerca todo o nosso planeta e possui uma alta concentração de Ozônio (O3). Graças a ele, a principal função da camada é filtrar os raios ultravioleta (UV) impedindo que a maior parte deles atinja a superfície terrestre.

Na década de 70, cientistas descobriram que compostos muito usados nos processos industriais estavam provocando efeitos negativos na camada de ozônio: o nosso velho conhecido efeito estufa. No início, o efeito estufa era um processo inteiramente natural. Parte dos raios solares eram absorvidos pelos gases e ficavam retidos na atmosfera, mantendo assim uma temperatura ideal para a nossa sobrevivência.

Observem o seguinte cenário: os novos gases (SDOs), são liberados em grande quantidade e intensificam o efeito estufa, o tornando prejudicial à todas as formas de vida no planeta. Além da destruição natural das moléculas de O3 provocada pela radiação ultravioleta (UV-B e UV-C), quando chegam na estratosfera os gases sofrem ação da radiação e liberam radicais livres. Esses radicais aceleram a destruição e formam o “buraco na Camada de Ozônio”.

O buraco na verdade é um afinamento da camada em alguns locais do planeta, principalmente nas regiões polares do Ártico e Antártida. O motivo? O frio facilita a transformação química dos gases que afetam o ozônio. O “buraco” aliado a poluição do ar, provoca o que chamamos de aquecimento global. Além de provocar desastres “naturais”, o aquecimento pode ser responsável por doenças como câncer de pele, danos à respiratórios, de visão e do sistema imunológico, e envelhecimento precoce.

Os impactos não se resumem apenas a nossa espécie. Esse fenômeno pode provocar deficiência nutritiva e redução de crescimento em plantas, menor oferta de alimentos marinhos, mudanças climáticas bruscas, aumento da poluição do ar, comprometimento de estruturas civis além de afetar animais principalmente durante seus estágios iniciais de desenvolvimento.  O ozônio é o único gás que pode filtrar a radiação UV, nos garantindo uma melhor qualidade de vida! Diferente dos negacionistas climáticos, nossos argumentos foram todos comprovados através de estudos científicos. O aquecimento seria um processo natural, se não estivesse sendo bombardeado com os impactos do progresso humano em um espaço tão curto de tempo.

Apesar dos bons resultados do Protocolo de Montreal, o nosso estilo de vida capitalista/consumista prospera e continua deixando rastros de degradação. Individualmente, podemos fazer nosso trabalho de formiguinha, separando o lixo para a reciclagem, plantando, comprando produtos reciclados, reduzindo o uso de plásticos descartáveis, contribuindo para projetos ambientais e compartilhando informações sérias e de qualidade. Conscientizar as pessoas ao nosso redor é essencial nessa batalha contra o aquecimento. Vocês podem encontrar outras ações inspiradoras no site da PROZONESP, e também em perfis do Instagram como o @casasemlixo da Nicole Berndt, que leva, junto com sua família, uma vida limpa, livre do lixo!

Nós podemos sim, fazer a diferença!

 


Texto escrito por Alice Almeida Pereira Nunes – publicado em setembro de 2020.


Imagem Destaque/1: Global Warming por Glenn Thomas

Imagem 2: Earth por Amanda Inasaki

Imagem 3: another bear por Simon Oxley


FUNDAÇÃO INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO. NEGACIONISMO CLIMÁTICO: O QUE É, ARGUMENTOS E CONSEQUÊNCIAS. Acesso em: 30 de agosto de 2020. Disponível aqui.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. A CAMADA DE OZÔNIO. Acesso em: 16 de agosto de 2020. Disponível aqui

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. EFEITO ESTUFA E AQUECIMENTO GLOBAL. Acesso em: 30 de agosto de 2020. Disponível aqui.

PROZONESP. O QUE VOCÊ PODE FAZER PARA EVITAR O AUMENTO DO AQUECIMENTO GLOBAL. Acesso em: 16 de agosto de 2020. Disponível aqui.

REI, FERNANDO CARDOZO FERNANDES; CARVALHO, SUELY MACHADO. 25 anos do protocolo de Montreal sobre substâncias que destroem a camada de Ozônio: a experiência do Brasil. FACULDADE DE DIREITO, v. 8, p. 22, 2012.

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