Conhecer os diferentes contextos, personagens e acontecimentos que compõem a História, bem como as características culturais, políticas e econômicas que fizeram parte das diversas sociedades ao longo de seu desenvolvimento, é fundamental para que possamos compreender de que forma esses aspectos reverberam na realidade atual. Nesse sentido, a coordenação do Museu Pedagógico da Uesb, campus de Vitória da Conquista, promove, durante esta semana, uma série de visitas guiadas às exposições temporárias “Casa de Farinha”, “Revolução Russa”, “A ditadura ontem e hoje” e “O mundo de ponta a cabeça”, criadas pelo Museu, em parceria com o artista plástico Edmilson Santana.
O objetivo das atividades, que tiveram início nesta última terça-feira, 6, é apresentar aos visitantes alguns dos trabalhos desenvolvidos pelo Museu Pedagógico e, ainda, difundir um pouco da história do próprio setor, que é referência em dados históricos locais e regionais em Vitória da Conquista. “O Museu, como parte da Uesb, é uma proposta de pesquisa, ensino e extensão. Dessa forma, algumas das tarefas com as quais trabalhamos são a preservação da documentação de todas as escolas extintas de Vitória da Conquista e a sistematização de livros que se constituem como fontes ricas para pesquisas e consultas, sendo colocados à disposição de quaisquer pessoas que estejam interessadas em nosso acervo”, afirmou David Brito, estudante do curso de História e um dos orientadores das visitas guiadas.
O Centro de Documentação Albertina Vasconcelos (Cedoc), que abriga boa parte desse acervo, foi o local da primeira visita. Nele, também se encontram milhares de obras e arquivos em risco de desaparecimento, possuindo, dessa forma, grande valor histórico e documental. No setor, os livros ganham tratamento cuidadoso, sendo minuciosamente higienizados, catalogados e organizados em categorias, antes de serem disponibilizados para o público. “Aqui, eles servem como fonte de pesquisa tanto para alunos da Universidade, quanto para alunos do ensino médio e demais interessados que queiram vir aqui para conhecer um pouco mais sobre o nosso acervo e descobrir, por exemplo, como funcionava a sociedade e o sistema de ensino na época em que eles foram escritos”, comentou Júlio Guerra, que faz parte da equipe de colaboradores do Cedoc.
O segundo local a ser visitado foi a Casa Padre Palmeira, localizada na Praça Sá Barreto, bairro Alto Maron. Os visitantes contaram com transporte disponibilizado pela Uesb para chegarem até o local, onde puderam conferir as exposições temporárias que estão instaladas na Casa desde os últimos Colóquios do Museu Pedagógico, realizados em setembro de 2017. Uma delas, denominada “Casa de Farinha”, busca resgatar a memória e a tradição do trabalho realizado nas casas de farinha em comunidades de Vitória da Conquista, através de uma mostra de fotografias e instrumentos que fazem parte do processo produtivo de derivados da mandioca. “O esmaecimento dessas unidades produtivas nos chama atenção e o nosso papel é resguardar e evocar, através das memórias dos partícipes desse processo, a importância dessas comunidades e dessa população que, de uma forma artesanal, mas nem por isso menos importante, é responsável também pelo desenvolvimento local”, disse a doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Memória, responsável pela exposição, Marisa Oliveira.
Entre as atrações presentes na Casa Padre Palmeira, a exposição “Estado, política e sociedade: está o mundo de ponta a cabeça?”, do artista plástico Edmilson Santana, é o grande destaque, recebendo o título do tema central dos últimos Colóquios. “Eu quis fazer alguma coisa que provocasse. Então, o visitante vai chegar aqui nessa exposição e vai encontrar alguma coisa para ele discorrer. Ele não vai encontrar nada pronto, pois eu respondi a interrogação trazida pelo tema com outras interrogações”, afirmou Santana.
Quem participou da visita gostou do que viu, como a estudante do curso de História, Daiana Oliveira da Silva. “Nós historiadores vemos importância em tudo o que o homem deixou em seu percurso. Então, a relevância disso está justamente em preservar a história do homem, para que ela possa ser contada inúmeras vezes”, disse.
Matéria original clique aqui