Por Dila Rocha
Foto: Letícia Meira
O agronegócio no Brasil é responsável por cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB), isso se estendendo ao estado baiano, fatores que contribuem fielmente a esses números; a chegada e manutenção da tecnologia, pesquisa e consequentemente grandes investimentos.
Essa realidade se faz bem presente em nosso meio. Atualmente, de acordo com dados do Cepea/Esalq-USP (Instituto Científico de Pesquisa do Estado de São Paulo), o agronegócio foi um dos setores que não parou durante o período pandêmico, é um mercado extremamente promissor, tanto internamente quanto externamente. Dessa forma, seu avanço já está diretamente atrelado à tecnologia e às oportunidades que ela proporciona ao setor, estatisticamente comprovado, com resultados positivos em números e fatos.
O Nordeste e, em específico o Estado da Bahia, conta com a segunda maior produção de algodão do Brasil. Dono de uma das posições no ranking de produção da planta no país, o Estado é referência nacional. Mas chegar a esses números não foi e não é uma realidade fácil, pois o solo dessa região é pobre em nutrientes, com HVSS regradas. O uso da tecnologia propõe variedades mais adaptadas, o auxílio da ciência e tecnologia e o avanço nas plantações se tornou cada vez maior, melhorando o desempenho das safras.
Na Bahia, a cidade de Luís Eduardo Magalhães que há 40 anos era apenas um posto de gasolina e um pequeno restaurante, hoje é referência do agronegócio brasileiro no ramo da produção do algodão. Luís Eduardo Magalhães está localizada no extremo oeste baiano e sua população total de 92 mil pessoas. Onde é localizada a sede da Abapa ( associação baiana de algodão) é referência em tecnologia, maquinários de ponta, ciência e sucesso econômico, sendo responsável por grande parte do PIB brasileiro e pelo sustento de centenas de famílias na região.
Segundo o professor de Agronomia Jorge Silva Júnior, em relação ao uso da tecnologia e ciência, é notável a sua importância, há pouco mais de 15 anos, o algodão no oeste da Bahia não era cultivado. É perceptível, então, que a tecnologia foi de suma importância para conseguirmos obter variedades adaptáveis para região do oeste da Bahia. Nos dias atuais uma das melhores qualidades de fibra de algodão do mundo, se faz presente aqui conosco e um dos fatores de peso tem sido exatamente o melhoramento genético, a qualidade das variedades que podem ser tolerantes e muitas vezes resistentes a determinados tipos de pragas, doenças.
Inclusive sobre melhoramento genético: “isso foi de suma importância para conseguirmos adaptar e garantir a produção de algodão, na realidade.” Afirma o professor do curso de engenharia agronômica, Jorge da Silva Júnior, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB)
Foto: Abapa
A evolução das capacidades agrícolas está diretamente ligada à procura de outras fontes de energia. Quem se aventura no mundo do agronegócio sabe que sempre estará correndo contra o tempo. A implantação da tecnologia nesse meio se tornou um grande divisor de águas, colocando como exemplo a energia solar; modalidade que gera grandes benefícios econômicos ao espaço agrícola.
A Zanotto Cotton Algodoeira do oeste baiano, localizada na cidade de Luís Eduardo Magalhães, já utiliza essa fonte de energia renovável.
Fonte: Arquivo Google.
Aos poucos, equipamentos e tecnologias agrícolas que podem ser integrados à internet ganham espaço no mercado. Além de chips RFID e QRcode, que já são utilizados por muitos produtores, a tendência é que a IoT permita o uso cada vez mais eficiente de redes de telemetria, softwares e controle A.
No ano de 2020, foram lançados dados completos automáticos da produção da pesquisa da Absolar, Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, o setor agro dobrou o investimento em soluções de energia elétrica , tornando-se o setor de maior investimento em energia solar no Brasil. Mais de R$ 3 bilhões investidos em sistemas de geração própria de eletricidade, equivalente a mais de 10% dos investimentos feitos nessa modalidade. Ao todo, foram cerca de 30 mil sistemas instalados apenas em propriedades rurais, gerando energia elétrica para mais de 40 mil produtores.
Foto: Abapa
O bicudo-do-algodoeiro, Anthonomus grandis Boheman,1843 (Coleoptera: Curculionidae), possivelmente, foi coletado pela primeira vez entre 1831 e 1835, em zonas costeiras de Veracruz, no México, durante uma expedição patrocinada por Chevrolet, um entomologista francês. Trata-se de um besouro da família dos curculionídeos, de coloração cinzenta ou castanha e mandíbulas afiadas, chegando ao Brasil em meados dos anos 80 destruindo a segunda onda de algodão nos ais. O bicudo-do-algodoeiro é o inseto de maior incidência e com o maior potencial de dano na cultura do algodão. Essa praga é capaz de destruir até mais de 60 % da lavoura em uma única safra anual.
Geralmente, o ataque do bicudo inicia-se pouco mais de um mês depois do plantio da semente, espalhando-se pelas bordaduras. O inseto é uma praga de contraste, porém com avanço de estudos e a implantação da tecnologia é possível amenizar seus estragos. Já existem projetos em que seus resultados são positivos na corrida contra a praga.
“Produção de insetos que são utilizados como forma de controle biológico, existem vários estudos de defesa sanitária dos quais sua utilização principalmente de fungos, são utilizados para o controle do Bicudo, além disso alguns outros projetos de controle biológico de um programa específico que trata da regulamentação e de melhoria voltados ao controle do Bicudo do algodoeiro, que é o programa Bicudo, que tem sido bastante utilizado também” conclui o professor Jorge.
Foto: Jorge Silva
A Abapa presta um grande papel na região trazendo notoriedade e credibilidade para uma terra tão estereotipada negativamente. O avanço do agronegócio aqui juntamente com avanço de pesquisas e tecnologia transformou a região oeste da Bahia e é sinônimo de prosperidade para sua população é referência nacional; tudo graças ao manejo do algodão, realizações da Abapa.