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Em doutorado-sanduíche na Itália, aluno do PPGMLS pesquisa cinema de Roberto Benigni


19 de abril de 2018

 

Após ter recebido uma carta da Profa. Dra. Stefania Parigi confirmando a realização do estágio de doutorado-sanduíche na Università degli Studi Roma Tre, o doutorando Joslan Santos Sampaio começou a se preparar para sua primeira viagem internacional. Ele fora selecionado como bolsista do Programa de Doutorado-Sanduíche no Exterior (PDSE). Este programa, mantido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), tem como objetivo apoiar a formação de pesquisadores por meio da concessão de cotas de bolsas de doutorado-sanduíche no exterior às instituições de ensino superior com cursos de doutorado reconhecidos pela CAPES.

Historiador, Joslan é doutorando no Programa de Pós-Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade (PPGMLS), da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), campus de Vitória da Conquista, onde também fizera o mestrado em Memória. Sob a orientação da Profa. Dra. Milene de Cássia Silveira Gusmão, ele pesquisa a formação e o processo criativo do cineasta italiano Roberto Benigni a partir da relação entre comédia e tragédia, bem como memória e história, especialmente em A vida é bela (La vita è bella, 1997), filme sobre o holocausto.

“Tradicionalmente, a comédia é destinada a narrar eventos menores, enquanto a tragédia é para eventos superiores, sérios. O filme A vida é bela é polêmico e reconhecido mundialmente porque há nele uma transformação na forma de ver e entender o gênero cômico. Nesse sentido, o holocausto, que normalmente seria um tema do gênero trágico por ser um evento sério, também pode ser narrado de forma cômica. É nesse caminho que a condição de possibilidade do filme de Benigni, além da trajetória estabelecida por ele por dentro do campo do cinema, é possível também pela condição do tempo: um tempo, o final do século XX, que permite narrar de forma cômica um evento trágico, sério, pois há uma ressignificação da história do riso e também do gênero cômico”, argumenta Joslan.

Cena do filme “A vida é bela” (1997), do italiano Roberto Benigni, objeto de estudo do doutorando Joslan Santos Sampaio no PPGMLS (Crédito: Reprodução)

Cena do filme “A vida é bela” (1997), do italiano Roberto Benigni, objeto de estudo do doutorando Joslan Santos Sampaio no PPGMLS (Crédito: Reprodução)

Durante os quatro meses de estudos na Itália (do começo de julho ao final de outubro de 2017), Joslan foi supervisionado por Stefania Parigi, renomada pesquisadora do cinema italiano e autora de um livro sobre Benigni. Ela estruturou as condições e selecionou os arquivos a serem frequentados pelo doutorando. Joslan pesquisou, colheu e catalogou documentos sobre Benigni na biblioteca da Università degli Studi Roma Tre, na Biblioteca Nacional Central de Roma e na Biblioteca Panizzi, na cidade de Reggio Emilia, onde está o Arquivo Zavattini (um dos mais importantes realizadores do neorrealismo italiano, o roteirista e cineasta Cesare Zavattini e seu legado cinematográfico foram relevantes na formação de Benigni). Na Itália, Joslan teve acesso também ao conjunto da filmografia de Benigni, o que lhe permitiu conhecer de perto as diferentes fases da obra do cineasta italiano.

Aclamado e premiado ator, roteirista e diretor, Roberto Benigni nasceu em 1952, no interior da Toscana. De origem camponesa, trabalhou num circo na década de 1960. Depois passou a viajar pela Toscana com o grupo “Poetas Improvisadores”, que fazia apresentações de poesia em praças públicas. Em 1972, mudou-se para Roma, onde fundou, com amigos, uma companhia de teatro underground. Sua estreia no cinema ocorreu em 1976-1977, ao escrever o roteiro de Berlinguer ti voglio bene [Berlinguer, te amo, em tradução livre], em que atua dirigido por Giuseppe Bertolucci, também corroteirista do filme. Em 1983, estreou como diretor de cinema em Tu mi turbi [Você me perturba, em tradução livre]. Nos anos seguintes, Benigni consolidou-se como um dos mais populares realizadores do cinema italiano. Em 1990, foi dirigido pelo cineasta Federico Fellini em A voz da lua (La voce della luna). Em 1998, foi aclamado internacionalmente com A vida é bela, que recebeu o grande prêmio do júri no Festival de Cannes e, em 1999, três prêmios Oscar (melhor ator, melhor filme estrangeiro e melhor trilha sonora original).

“A experiência do doutorado-sanduíche na Itália, com o acesso a arquivos e a toda uma fortuna crítica sobre Roberto Benigni e o filme A vida é bela, fez com que eu estruturasse as condições para discutir com maior pertinência os elementos centrais a respeito da trajetória de Roberto Benigni e do processo de criação de A vida é bela”, avalia Joslan.

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