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Pionerismo do Odeere na implantação das políticas de ações afirmativas

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Buscando dar visibilidade à cultura negra e indígena em suas inferências na configuração educacional e sociocultural, o campus da Uesb em Jequié conta com o Órgão de Educação e Relações Étnicas com Ênfase em Culturas Afro-Brasileiras (Odeere). Há 12 anos, o Odeere atua como um Núcleo de Estudos de Culturas Afro-Brasileiras (Neab), sendo pioneiro na temática na região Sudoeste da Bahia, e objetiva contribuir para a implantação das políticas de ações afirmativas para afro-descendentes e indígenas. Nesse sentido, o Órgão vem desenvolvendo ações que envolvem o ensino, a pesquisa e a extensão.

De acordo com umas das fundadoras do Programa, professora Marise de Santana, vinculada ao Departamento de Ciências Humanas e Letras (DCHL), o Odeere surgiu em 2005, a partir de estudos de um grupo de pesquisa certificado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) intitulado Educação e Relações Étnicas. “Desde então, o Órgão vem contribuindo para que se pense no reconhecimento e valorização dos saberes e fazeres de comunidades tradicionais afro-brasileiras e indígenas”, declara a professora Marise de Santana.

O Odeere contribui para o reconhecimento e valorização da cultura afro-brasileira e indígena.

A partir dos desdobramentos das atividades de pesquisas, o Odeere criou o Programa de Pós-Graduação em Relações Étnicas e Contemporaneidade (PPGREC), que oferece curso de Mestrado. Por meio do Programa, são desenvolvidos estudos e pesquisas no campo das relações étnicas e de gênero/sexualidades, colaborando, assim, com a institucionalização das Leis 10639/03 e 11645/08, que tornam obrigatório nas escolas de educação básica o ensino da História da África e da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena. “Essa é uma maneira de contribuirmos com o processo de ensino aprendizagem de docentes das regiões Sul e Sudoeste da Bahia, inserindo no trabalho deles as Diretrizes Curriculares para o ensino de Educação das Relações Étnicas, conforme prevê a legislação”, afirma Santana.

O PPGREC está em sua quarta turma de discentes, tendo já concluído duas turmas. Para o mestrando Caio César Gonçalves de Souza, aluno da terceira turma, o curso é fundamental para sua formação enquanto pesquisador da área.  “Participar deste Programa é compreender os meandros da sociedade, os meandros da vida dos povos, das comunidades que são excluídas dos grandes estudos financiados pelo Estado”, afirma Souza. Nesse sentido, o Odeere conta ainda com o Curso de Especialização em Antropologia das Populações Afro-Brasileiras, além de um grupo de pesquisadores com trabalhos na área de Etnicidade e Educação.

No que se refere às atividades de extensão, o Odeere promove, anualmente, o curso em Educação e Culturas Afro-Brasileiras, que tem como objetivo desenvolver estudos sobre a história cultural de populações africanas e afro-brasileiras. Há ainda o curso em Educação Quilombola que trata sobre os elementos simbólicos dos diferentes grupos étnicos que convivem no mesmo território quilombola. Já por meio do curso em Educação Indígena, são desenvolvidos estudos sobre a história cultural de populações indígenas.

O Odeere realiza ainda o curso em Gênero, Raça e Diversidade Sexual, que discute as interfaces entre gênero, raça e sexualidade, considerando os processos normativos e normalizadores que produzem as diferenças e as discriminações. “O curso também visa compreender os processos de violência que acometem as mulheres e a comunidade LGBTTI (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais) e desenvolver intervenções a fim de garantir o reconhecimento dos direitos humanos dessa comunidade”, destaca o professor Marcos Lopes de Souza, do Departamento de Ciências Biológicas (DCB), que, atualmente, é vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Relações Étnicas e Contemporaneidade.

Outra ação extensionista de destaque do Órgão é o tradicional Caruru de São Cosme e São Damião, dos Ibejis/Wunjis/Erês, festa que resgata a importância da cultura tradicional na região. “O Caruru é servido há 13 anos pelo Órgão e é parte do trabalho realizado pelo Odeere na preservação, disseminação e apoderamento da riqueza cultural de nossos ancestrais numa busca pela educação e valorização de nossa identidade étnico-racial, no sentido do verdadeiro sentimento de pertencimento”, ressalta Antônia Ferreira de Souza, servidora da Universidade que integra o Órgão.

O Odeere desenvolve também outros eventos, como o Encontro de Combate às Discriminações Étnicas, a Semana de Educação da Pertença Afro-Brasileira e o Encontro Estadual de Educação e Relações Étnicas, além do Projeto Erê-Educação e Culturas Afro-brasileiras, que é voltado para crianças e adolescentes residentes no bairro do Pau Ferro e adjacências, em Jequié. Segundo a servidora, que coordena a ação, por meio do Projeto, as crianças da comunidade aprendem, de forma lúdica e dinâmica, mais sobre a cultura afro-brasileira. “Esse é um trabalho diferenciado, pois não trabalhamos com a sala de aula normal. Trabalhamos com oficinas, danças e outras ações de ordem mais cultural, que buscam passar para as crianças conhecimento sobre a nossa história”, conclui Antônia Ferreira de Souza.

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