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Projetos desenvolvem ações voltadas para pessoas com Síndrome de Down

Extensão

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Até pouco tempo atrás, a realidade de crianças nascidas com Síndrome de Down era marcada por muito preconceito, o que contribuía para que elas fossem afastadas dos mais diferentes grupos sociais, inclusive do familiar. Isso acontecia, principalmente, porque a Síndrome, que é a trissomia do cromossomo 21, era encarada como uma doença.

Uesb desenvolve projetos para que pessoas com Down vençam suas limitações e sejam integradas à sociedade.

A partir da compreensão de que quem tem Síndrome de Down não é doente, começou haver investimentos em estímulos para o desenvolvimento dessas crianças e de suas potencialidades. Na Uesb, por exemplo, há projetos que buscam colaborar para que as pessoas com Down vençam suas limitações e sejam integradas na sociedade.

Núcleo Saber Down

Desde 2012, o campus de Vitória da Conquista conta com Núcleo Saber Down, que tem como objetivo a melhoria da qualidade de vida de pessoas com Down, a promoção da informação sobre a Síndrome, bem como o combate ao preconceito. Nesse sentido, de acordo com a coordenadora do Projeto, professora Marian Oliveira, do Departamento de Estudos Literários e Linguísticos (Dell), o Núcleo promove ações que buscam o desenvolvimento global da pessoa com Síndrome de Down, por meio da estimulação motora, cognitiva e linguística. Para isso, ao longo de sua existência, o Núcleo contou com a participação de diversos profissionais, como psicólogos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos, além de ter o envolvimento de estudantes de iniciação científica e alunos de mestrado.

“O Núcleo Saber Down também auxilia os pais e familiares com material bibliográfico especializado sobre o tema, aconselhando e dando informações gerais sobre cuidados com o filho na escola, na saúde e no convívio social. E ainda dá apoio psicológico, já que muitos pais têm dificuldades de lidar com criança com Down”, explicou a coordenadora.

É o caso de Fabiana Cristina Oliveira, mãe de Gustavo, de cinco anos, que é atendido pelo Núcleo desde os três meses de idade. Ela conta que descobriu que o filho tinha a Síndrome somente 15 dias após o seu nascimento. Com a descoberta, veio a vontade de saber mais sobre Down. Foi quando participou de uma palestra organizada pelo Núcleo. “Depois que eu descobri que meu filho tinha a Síndrome, eu fiquei totalmente perdida. Mas, quando eu conheci o Núcleo, eu me senti totalmente amparada”, comentou Fabiana. “Com a intervenção do Núcleo, Gustavo se desenvolveu bastante e teve diversos avanços em todos os sentidos. No entanto, os benefícios não foram só pra ele, mas pra mim também. No Núcleo, eu encontrei apoio e aprendi que o meu filho é igual aos outros”, completou.

O Núcleo Saber Down também é um espaço de pesquisas voltadas para a análise e descrição de fala, leitura e escrita de pessoas com síndrome de Down. Além disso, os integrantes do Núcleo produzem material bibliográfico, como artigos, capítulos de livros, resumos, folhetos, trabalhos científicos, palestras e minicursos, com temas sobre a Síndrome de Down e que podem ser acessados por pesquisadores de toda parte. “Tendo em vista o trabalho desenvolvido no âmbito do Núcleo Saber Down, podemos dizer, sem dúvida, que ele é um espaço privilegiado de pesquisa-ação. O Núcleo alimenta as pesquisas desenvolvidas por seus pesquisadores. Contudo, esses mesmos dados são coletados em ambiente de estimulação dos sujeitos com Down que do Núcleo participam. Além disso, as mesmas pesquisas desenvolvidas são o que alicerçam as ações promovidas aqui”, destacou a professa Marian Oliveira.

Livro Síndrome de Down: Perspectivas Atuais

No mês de março deste ano, a professora Carla Salati, coordenadora do grupo de estudos e pesquisas “Fala Down”, lançou o livro Síndrome de Down: Perspectivas Atuais, que reúne textos de pesquisadores de diversas universidades brasileiras que partilham uma visão produtiva da Síndrome.

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Fala Down

O Laboratório de Pesquisa e Estudos em Neurolinguística, campus de Vitória da Conquista, desenvolve, desde 2011, o grupo de estudos e pesquisas “Fala Down”, coordenado pela professora Carla Salati, do Departamento de Estudos Literários e Linguísticos (Dell). O grupo tem como objetivo responder questões relacionadas a aspectos fonológicos, sintáticos, semânticos e morfológicos, nos processos de aquisição e funcionamento de linguagem de crianças e de jovens com Síndrome de Down. Essas questões estão relacionadas tanto ao contexto familiar quanto ao escolar, focando em aspectos linguísticas que permeiam os processos de aprendizado.

Com alunos de mestrado e Iniciação Científica, de acordo com a coordenação do Projeto, o grupo busca descobrir as melhores formas de, inicialmente, despertar a motivação e fazer com que a criança Down melhore a produção da fala. “Assim, são desenvolvidas estratégias com bases nas questões linguísticas e de outras áreas, como a Pedagogia e a Psicologia”, comentou Salati.

Para o desenvolvimento desses estudos, o grupo acompanha algumas crianças com Down, bem como seus familiares e educadores. “Sabemos que a Síndrome afeta a produção da fala em vários níveis linguísticos. No entanto, o processo de apropriação da linguagem se dá pela inserção dessas crianças nas práticas sociais. Ou seja, toda criança pode aprender através do processo de mediação, de contato com o outro”, afirmou a coordenadora do Projeto.

Assim, além de desenvolver pesquisas, o Projeto fornece informações que auxiliam pais e educadores a estimularem a linguagem das crianças com Down. “Se os pais não conversarem com a criança, ela não vai falar. É preciso estimular e trabalhar com significações. Essas são algumas das orientações que damos no sentido de desmistificar que a criança com trissomia não tem a possibilidade de raciocínio e de uma vida social”, ressaltou Salati.

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