A Universidade Pública deve ser mapeada sob olhares de inclusão, com a proteção de medidas afirmativas para manter pluralidade discente, agindo imprescindivelmente contra barreiras no que tange à inserção de alunos de baixa renda.
É de conhecimento geral a necessidade da efetivação de ações que garantam a permanência estudantil, visando mitigar desintegrações socioeconômicas. Dessa forma, alimentação acessível dentro do campus é fundamental para garantir a segurança nutricional dos alunos, o que fomenta a demanda por um Restaurante Universitário que cumpra esse papel. Todavia, o novo Restaurante Universitário que nos foi apresentado recentemente não se mostra capaz disso.
Uma universidade pública de qualidade deve prezar, sobretudo, por oportunizar o acesso ao ensino a toda sociedade, o que não será possível diante dos novos preços praticados pelo RU, com o quilo da comida custando suRpreendentes R$39,96 reais e os valores unitários acima dos praticados, inclusive, em locais que visam tão somente o lucro. O aumento abrupto de preços, associado a políticas incompatíveis com Restaurantes Universitários mais democráticos em faculdades públicas geram grande impacto ao bem-estar físico e mental de seus consumidores. Assim, um instrumento de acessibilidade como deveria ser o RU tornou-se, na UESB, mais um equipamento de afastamento da comunidade acadêmica com menor poder aquisitivo. Impor aumentos como este retira da Universidade o seu caráter humanitário e nos revela uma triste adesão à lógica de mercado quando se deveria, em verdade, priorizar sanar a fome daqueles que corajosamente ingressaram na faculdade com o intuito de produzir ciência no Brasil.
Portanto, o Centro Acadêmico Ruy Medeiros, sob a gestão Esperança Garcia, manifesta-se contrário aos novos valores do Restaurante Universitário da UESB, assim como, repudia o aumento do valor cobrado aos estudantes habilitados no PRAE, a fim de garantir uma vivência digna aos estudantes durante sua passagem pela universidade.

8 de julho de 2023