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26º Seminário Interno do CMD: momento de celebrar velhos encontros e se preparar para os próximos

Entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro, no Auditório 2 do Módulo do Curso de Medicina, a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) sedia o 26º Seminário Interno do Grupo de Pesquisa Cultura, Memória e Desenvolvimento (CMD). Neste ano, o evento celebra os 20 anos de trajetória do grupo, que foi fundado na Universidade Federal da Bahia (Ufba), em 2002, e hoje reúne mais de 40 pesquisadores e estudantes vinculados a quase uma dezena de instituições de ensino superior de vários estados brasileiros.

Além da Ufba e da UnB, o grupo se ramificou e fincou raízes no Instituto Universitário do Rio de Janeiro (IUPERJ), na Universidade de Campinas (Unicamp), na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), na Universidade Federal de Goiás (UFG), na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e na Uesb, em cujo campus de Vitória da Conquista já realizou vários de seus seminários internos, e ao qual retorna nestes dias para celebrar seus 20 anos de história.

Ao longo dessas duas décadas de existência, os seminários do CMD passaram por várias cidades brasileiras, mobilizando discussões sobre temas que, a despeito de sua diversidade, mantiveram como eixo orientador as relações entre cultura e economia. Dando ênfase a diferentes abordagens da sociologia da cultura, o grupo deu origem a uma produção bibliográfica e audiovisual que já foi apresentada nos principais encontros de Ciências Sociais no Brasil e no exterior.

Simultaneamente à publicação de livros, o grupo edita a revista Arquivos do CMD, ligada ao Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB). Essa publicação, de periodicidade semestral, é o veículo onde são divulgados os resultados de pesquisas científicas na área de Ciências Sociais, desenvolvidas por pesquisadores ligados ao CMD e por convidados.

Nesta 26ª edição, o Seminário Interno do CMD volta os olhares para sua própria trajetória – ou, melhor dizendo, para suas próprias trajetórias, já que o grupo é formado por diferentes agentes, cujas trajetórias pessoais de pesquisa convergem e interagem entre si. E, no curso dessa história, ocupa lugar de destaque não apenas a Uesb, mas duas criações da comunidade acadêmica local: outro aniversariante deste ano, o Programa Janela Indiscreta, que recentemente promoveu uma catarse de emoção, desagravo, nostalgia e esperança para celebrar 30 anos de história, e o Programa de Pós-Graduação em Memória: Linguagem e Sociedade (PPGMLS) – cuja ousadia, uma das características de seus pesquisadores, é ressaltada na cerimônia de abertura do seminário.

A mesma cerimônia traz a nostalgia, a saudade e a dor, inevitáveis sentimentos ao homenagear o professor Moacir Carvalho, uma das milhares de perdas causadas no Brasil pela mesma pandemia que levou o seminário mais recente do CMD, em 2020, a ser realizado de forma remota, em plataforma on-line.

Mas a abertura do evento traz também a alegria pelo lançamento da tradução do livro Agontimé e sua lenda: rainha na África, mãe de santo no Maranhão, de Judith Gleason. E, ao longo deste e dos próximos dias, o CMD, serão compartilhadas as vivências dos próprios integrantes do grupo, que serão destacadas em conferências e comunicações orais, em meio a sessões de exposição de itinerários intelectuais, e ainda na exibição do filme Foto Revolução de Abril (2022), dirigido por Rodolfo Junqueira Fonseca e Maria Júlia Andrade.

Neste momento pós-pandemia, em que se misturam as tristezas provocadas pelas perdas de entes queridos e os horrores pela negligência do governo que ora se encontra nos estertores, é preciso que nos agarremos à inevitável alegria pela possibilidade de novos encontros – os mesmos encontros que sempre mantiveram o CMD ativo, pesquisando, produzindo e divulgando suas criações. Agora, é hora de relembrá-los. E de planejar os futuros. Afinal, tradição, memória e ousadia se juntam nos seminários internos do CMD.