Há mais de 30 anos, curso de Agronomia contribui para o desenvolvimento rural no interior da Bahia
Graduação
O curso de Agronomia foi uma das primeiras graduações a ser criadas na Uesb. Antes de 1981, havia uma faculdade em Jequié e outra em Vitória da Conquista. Só a partir daquele ano, a Universidade é regulamentada e, em 1982, é implantado o curso de Agronomia, no campus de Vitória da Conquista.
Informações Básicas
Criação: 1982
Modalidade: Bacharelado
Campus: Vitória da Conquista
Duração mínima: 10 semestres
Nos primeiros anos, a luta para consolidação do curso foi grande. “Faltavam estrutura e material, não tínhamos laboratórios nossos, o transporte era precário, não tinha restaurante e nem alojamento para os estudantes”, lembrou a egressa Edna Magalhães, da terceira turma do curso, que atualmente trabalha como responsável técnica na área de conservação e manutenção das áreas verdes do Polo Petroquímico de Camaçari. Mesmo com todas as barreiras, Magalhães afirmou que “valeu a pena ter vivido aquele momento”.
O curso começou com 11 docentes, entre eles o atual reitor da Uesb, professor Paulo Roberto Pinto Santos. Ele afirmou que se sente lisonjeado em ter podido participar da fundação do curso, há 36 anos. “Foi uma oportunidade que tive na minha vida. Fui abençoado por Deus por estar neste grupo inicial, de ter participado na formação de tantos profissionais qualificados, competentes, que têm conquistado espaço de liderança na área rural no Estado da Bahia e em outros estados”, destacou o reitor.
Já o professor Miro Conceição, que chegou na Uesb em 1991 e atualmente é coordenador do colegiado da graduação, lembrou que no início o perfil do curso de Agronomia era extensionista. Naquela época, a Universidade se aproximou dos agricultores e permitiu aos professores oferecer consultorias junto a outros órgãos. “O exemplo da importância disso é que o Sebrae de Vitória da Conquista foi pioneiro em captar recursos para o meio rural. Muitos professores do curso atuaram como consultores para criar o Programa Sebrae Rural e deu tão certo que o Sebrae Bahia adotou e logo o Sebrae Nacional enxergou a necessidade de empreendedorismo no campo. E a gente se orgulha de ser um dos pioneiros, de estar lá construindo esses espaços”, declarou o coordenador do colegiado.
A graduação de Agronomia é um centro produtor de conhecimento na área rural no interior da Bahia.
Ao longo do tempo, veio a pesquisa e a graduação em Agronomia passou a ser um centro produtor de conhecimento na área rural. “Evidente que os resultados destas pesquisas interferiram na atividade agrícola da região”, afirmou o reitor da Uesb. A partir da consolidação do curso nessa área, foi implantado em 2002 o Programa de Pós-Graduação em Agronomia, o primeiro Programa Stricto Sensu da Uesb e, também, da região Sudoeste da Bahia, e o segundo desta área a ser criado no Estado. Por meio de cursos de Mestrado e Doutorado, o Programa especializa profissionais para o setor público e privado, capacitados para proposição e execução de políticas, programas e projetos de desenvolvimento rural, com ênfase nas cadeias produtivas regionais de forma a aperfeiçoar e desenvolver novas tecnologias, levando-se em conta os aspectos econômicos, ecológicos e sociais.
O campo da Agronomia abre várias possibilidades para o formado. “Quando se entra em uma propriedade rural, as demandas são muito grandes, então o engenheiro agrônomo tem que ter uma gama de conhecimento que possa dar conta de todo o processo, sem esquecer do lado humano. Ele tem que respeitar o agricultor e ajudar os processos de organização social”, comentou o professor Miro.
Uma das possibilidades é o empreendedorismo. Um bom exemplo é mostrado pelo produtor de tomate, Breno Farias, de 32 anos, que foi aluno da turma de 2002.2. Conforme o agrônomo, além de acompanhar de perto a plantação, ele ainda presta consultoria de manejo e de comércio e ajuda os pais em uma loja de produtos agrícolas, em funcionamento há mais de 30 anos em Vitória da Conquista. Segundo Farias, foi esse envolvimento com o comércio de produtos rurais que o fez ficar tentado a ingressar na graduação de Agronomia.
Mas a certeza de que aquele era o curso a lhe dar realização profissional surgiu no 6º semestre. “Em uma avaliação, precisávamos fazer um plantio de algum tipo de lavoura, onde tínhamos que plantar, conduzir e vender. Acabei sendo agraciado com o plantio de tomate. Começamos lá com 300 pés, e por conta da lida no comércio, fui me destacando na venda. A partir de então, eu vi a possibilidade de empreender nesta área. Mais tarde, consegui um estágio em uma empresa produtora de hortaliças na Chapada Diamantina e, desde 2008, comecei a cultivar lá e aqui em Conquista. Hoje me encontro satisfeito e grato pelo curso nos incentivar a ter essa vivência no campo”, contou o empresário.