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Projetos da Uesb atuam no cuidado da saúde mental

Extensão


Insegurança, preocupação excessiva, perfeccionismo, ataques de pânico, tensão muscular. Os sintomas do transtorno de ansiedade são muitos e atingem milhões de brasileiros. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil sofre de uma epidemia de ansiedade e depressão, liderando, por exemplo, esses casos mundialmente – são 18,6 milhões de brasileiros diagnosticados, segundo levantamento de 2017.

Atentos a essa realidade e aos muitos casos de problemas psicológicos, a Uesb desenvolve programas e projetos que buscam atender essa demanda social, indo desde questões mais corriqueiras, gerada pela rotina acelerada do dia a dia, até problemas diagnosticados por profissionais.

A Uesb desenvolve ações que buscam promover a melhoria na saúde mental da população, seja pelo fortalecimento da cidadania ou pela promoção do conhecimento científico e do bem-estar pessoal.

Danielle Carneiro, estudante de Psicologia da Faculdade de Tecnologia e Ciências, é uma dessas pessoas que buscou ajuda junto ao Programa de Práticas Psicológicas da Uesb, o Proppsi, em Vitória da Conquista. Ela conheceu a iniciativa quando realizou estágio no Núcleo de Práticas Psicológicas, local onde o Programa funciona.

Lá, percebeu que era necessário cuidar da sua própria saúde mental para realizar atendimentos futuramente. “Ao longo do curso, muitas questões pessoais vão emergindo. Foi quando me conscientizei que, antes de cuidar do outro, deveria cuidar da minha saúde mental”, relata a futura psicóloga.

Aberto a toda comunidade, o Proppsi foi implantado em 2018 e conta não só com atendimento psicológico para estudantes da Psicologia, mas também com plantão psicológico, triagem psicológica infantil, psicodiagnóstico infantil, sala de espera para crianças (no formato de vivência de brincadeiras com sucata) etc.

Além dos atendimentos, o Programa busca promover ações de intervenção psicológica mais amplas e de formação, como mostras e semanas de Psicologia e o Círculo de Psicologia Escolar e Educacional. “O Proppsi fortalece uma das principais diretrizes de uma instituição pública de ensino, que é a indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão, a partir das ações que dizem respeito ao serviço de Psicologia”, defende a professora Carmem Virgínia Moraes, coordenadora do Programa.

Espaço de escuta e de expressão

Pautada no conceito de intersubjetividade, a professora Patrícia Anjos criou o Grupo de Ajuda Mútua (GAM) no Centro de Atenção Psicossocial II de Jequié, o Caps II. A iniciativa foi motivada quando a docente realizava seu doutorado no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde da própria Uesb. “O sentimento [era] de que a criação de um espaço de escuta, expressão de sentimentos, conflitos, problemas, poderia fazer surgir estratégias de enfrentamento e soluções mais solidárias e criativas”, lembra Patrícia.

Por meio da escuta qualificada e da possibilidade de compartilhar coletivamente afetos, dores e alegrias, o Grupo atua desde 2010 como um espaço capaz de promover a superação do auto-estigma e do preconceito social com pessoas com problemas de saúde mental e seus familiares. “O GAM tem contribuído para a construção de novas práticas de cuidado em saúde mental, além da promoção da cidadania e da melhoria da qualidade de vida dos usuários do Centro de Atenção Psicossocial e suas famílias”, avalia a docente.

Entre essas pessoas atendidas está Milena Régia. Nascida no Ceará, Milena cresceu no município de Jequié e é atendida pelo Caps, onde conheceu o Grupo de Ajuda Mútua da Uesb há oito anos. Para ela, o espaço é de construção constante para a melhoria de vida. “Pra mim, tem sido uma experiência gratificante, porque é um grupo no qual os profissionais da área sempre tratam as pessoas com muito respeito, carinho, e tentam, de certa forma, instruir como viver melhor”, opina.

Como rotina, o Grupo promove encontros semanais, no qual temáticas diversas são propostas e discutidas entre usuários do serviço e profissionais. É nesse momento também que eles organizam as ações em espaços sociais externos. “Temos buscado motivar a reinserção social por meio de visitas a locais públicos, como biblioteca, museu, creches, praças, supermercados, além de viagens à praia e outras formas de engajamento”, conta Patrícia, que coordena as ações.

Tanto o Programa de Práticas Psicológicas, como o Grupo de Ajuda Mútua trabalham, essencialmente, com docentes e discentes da Universidade e buscam, por meio de abordagens particulares, promover a melhoria na saúde mental da população, seja pelo fortalecimento da cidadania ou pela promoção do conhecimento científico e do bem-estar pessoal.

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